No último domingo, quando fui visitar meu sogro, no elevador do prédio, encontrei dois meninos de chuteira e bola na mão. Para quebrar o costumeiro silêncio do “momento elevador”, perguntei:
De pronto, quase que devidamente ensaiado, ambos responderam rapidamente, com orgulho no peito:
Fiquei mudo, não sei se pela surpresa ou pela decepção. A única coisa que consegui pronunciar foi um simples e silencioso:
Além disso, foram advertidos o auxiliar Ricardo Peres, o atleta Bryan, da Raposa, e os atletas Fred e Marcos Rocha, do Galo, bem como, suspensos por uma partida, Lucas Marques e Lucas Romero, do Cruzeiro,
Entre as discussões, expulsões e ofensas que basearam a Denúncia, chamou a atenção o comportamento do atleta Fred do Atlético, que, ao perceber uma sandalha arremessada por um torcedor do seu clube, pegou o objeto e entregou para ser escondido por um gandula.
É verdade que a intenção do referido atleta era proteger o clube que defende de eventual pena de perda de mando de campo pelo comportamento irresponsável do torcedor.
Provavelmente, agiu baseado na suposição de que se o árbitro não percebesse o objeto, não relataria na Súmula e o clube “escaparia” da punição.
De fato, a absolvição do Clube foi correta, pois baseada no excludente da pena previsto na Lei, vez que o torcedor infrator foi devidamente identificado e, provavelmente, sofrerá as devidas sanções.
Entretanto, nos causou grande decepção a simples advertência imposta ao comportamento do atleta Fred.
Trata-se de atitude baseada na festejada “malandragem” do futebol. A mesma “malandragem” que embasa a maior parte dos delitos apurados e investigados na Operação Lava-Jato.
Em outras palavras, para proteger o meu clube, vale a pena acobertar um ato ilícito.
Ora, em minha opinião, agiu mal o Tribunal. O atleta deveria ter sido punido de forma exemplar e o caso deveria ter a repercussão que merece, sobremaneira, por se tratar de um ídolo de muitas crianças.
O comportamento correto seria, na entrevista, lamentar o fato ocorrido e criticar a atitude do torcedor. Afirmar que o mesmo deve ser punido e que toda a sociedade deve trabalhar em conjunto para impedir novos comportamentos como este.
Devemos começar a semear exemplos de Atitudes Éticas, tarefa que incumbe a todos e, principalmente, àqueles que são admirados por muitos.
Este é o País que devemos construir e deixar para os nossos filhos.
Afinal, quero poder, em um futuro breve, ouvir no elevador: Galoooo, Zeroooo ou Coelhoooo!!!