A ministra Cármen Lúcia homologou na manhã desta segunda-feira, 30, os acordos de delações premiadas dos 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht no âmbito da operação Lava Jato. O material será encaminhado ainda hoje para a PGR.
A ministra, no entanto, ainda não retirou o sigilo do processo e o conteúdo dos depoimentos ainda não pode ser tornado público.
Na sexta-feira, 27, os juízes auxiliares do gabinete do ministro Teori Zavascki concluíram as audiências. A continuidade do trabalho foi autorizada por Cármen Lúcia após o falecimentode Teori.
Após as audiências e com as delações em mãos, a presidente do Supremo trabalhou no final de semana no STF em contato com o juiz Márcio Schiefler, braço direito de Teori na condução da Lava Jato na Corte.
Se a homologação ficasse para depois do dia 1º, com o reinício dos trabalhos, teria de esperar a definição do novo relator da Lava Jato. Agora, Cármen Lúcia ganha tempo para a definição do critério de escolha do substituto de Teori na relatoria da Lava Jato no Supremo.
Ato de Justiça
O presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia, afirmou que a homologação das delações, bem como a continuidade do andamento dos processos da Lava Jato, atendem anseio da sociedade por Justiça.
“A homologação é um ato de justiça não apenas à memória do ministro Teori Zavascki, mas de garantia à sociedade de que o julgamento da Lava Jato não será interrompido ou mesmo atrasado, beneficiando corruptos e corruptores.”
Lamachia requereu, ainda, que seja retirado o sigilo das delações. “É preciso que fique bastante claro a toda sociedade o papel de cada um dos envolvidos, sejam da iniciativa privada ou dos setores públicos. Nessas horas, a luz do sol é o melhor detergente.”